Desventada


à Hilda, ou quase

tomada de uma eu sazonal
transito em emaranhados de órgãos vermelhos que
como um polvo, empalidece morto

morta como nunca estive está
outros tantos bichos que me entrelaçam
se cresço ou se definho, diga vós quem me pescara

essa transitória te habita
sem que te fixes em mim
uma eu uma você que veem nós tentaculares.

Se te sou sazonal, espia:
Teus órgãos morrem todo dia por cinzas!
Ora, antes fossem canetas.

Eu quem, dia a dia, te carimbo em mim
essas tuas coisas fazem de você! Bicho!
que como outra vive por viver

Cabelos esvoaçam em águas e se
confundem tentáculos.
Você não se venta de ti.

Isali, 13/03/21

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