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Mostrando postagens de junho, 2020

Enredo mínimo de vida

Percebi que o estalo de meu tornozelo se equivalia à mesma dor que vinha sentindo na mandíbula. Dor pelo cansaço. No caso do maxilar, pelo cansaço da mente. No pé, o do corpo. Dentro das horas, que tendem a se alongar na mediocridade dos dias, o desencontro foi inesperado, bem como a falta de apetite, ainda que venha perdendo peso há pelo menos três meses. E nisso, o inusitado: o moço grisalho dançando no ônibus, que quase me fez sorrir. Devia ter uns 40 anos, por aí. Proletário, trabalhador uniformizado do pescoço às botas pretas que calçava. Estimo a idade por uns e outros cabelos brancos, inclusive na pouca barba que ostentava, porque sendo daquele jeito, tão pouca, decerto que era orgulho. Jovens demais não são assim, tão cheios de si. Não o digo senhor porque, tendo vinte e poucos anos há mais que eu, não o enxergava de maneira senil, como enxergo ao meu avô, mas de maneira proximal demais como quem observa uma paixãozinha, dessas passageiras, ou como quem vê um amigo quase-irmão.

06 a.m

vistorio o bom funcionamento das horas quando me disseram, Muda, mudar é sempre bom. não me explicaram se pra onde ou como: sua vida, cigana e junto àquele pedaço de madeira cheirava a provolone sendo o amanhã de ontem o hoje um aquário resiste ainda que resida um caju Isali - 12/06/18