Depressividade, não depressão.
Depressividade por aqueles que tiveram que tomar caminhos diferentes dos que planejaram pra si.
Rá! Ainda tem uma saída. Nada demais, não quero e nem serei conselheira de ninguém, mas têm de ter algo pra melhorar
Por aqueles que sonharam e não puderam realizá-los. Não realizaram por terem de ser ativos, construtivos. E também por aqueles que nunca se acharam capaz para tanto. Uma lástima, para os que acharam que sonhar, que dar entrevistas pro espelho, cantar debaixo do chuveiro e beijar a laranja, foi tudo perda de tempo. Uma outra para os que zombaram desses.
E pra você, que assim como eu, ainda sonha. Luta. E acha que apesar de pouco, já viveu muito. Para você que tem a cara pregada no álbum de figurinhas do destino, lembrada como: "Adorei me divertir com esse(a) aqui!", acalme-se. Sempre, tudo pode mudar. E vai.
Vai, não porque eu quero. Não por ter alguém no controle de tudo. Vai, pois há um quê de depressividade. Para mim que nunca me contento com um simples: "sim", e que não me alegro em receber um "não".
Não, me enganei... essa frase apenas brotou na minha mente, ela não se encaixa nesse texto. Se acha que já sofreu tudo o que podia, você ainda vai sofrer mais. "Não crie expectativas!". Ótimo, alguém já parou e perguntou como se faz isso? Até com coisas tristes, sádicas, eu crio expectativas. Ah, e sofro - muito - por antecipação. Como? Não sei... talvez seja mais fácil pensar em não pensar. Estou me acostumando a viver assim. Acho que é aquela coisa de "ócio criativo".
E ainda com tudo isso, não desisti. Não que não tenha querido, é que não consegui desistir. Não consegui pensar de maneira menos complicada, não fui capaz de escolher uma profissão mais rentável. (Porquê estou falando de profissão, não sei. Na faculdade ainda não entrei).
É que não consigo pensar que não poderei tentar fazer o que gosto sendo apoiada a isso. Ainda me choco com as coisas que acontecem, e por isso, é possível, que essa seja minha motivação. Meu fogo combustível de raiva, indignação e sentimento de compaixão com os que merecem. É por saber que mulheres tiveram de se casar sem quererem. São pelos choros abafados vindos de uma criança que sofre. São pelos desejos que foram reprimidos por séculos. É pela vontade de viver, e amar. E ser amada. É pelo quê de depressividade em pensar que a vida toma caminhos diferentes dos que esperamos. É por termos escolha, mas não guiarmos a nossa vida.
É pela depressão de que, nada (nada), pode acontecer se não tiver capital. É engraçado ouvir que "você não pode mais pensar/agir assim". É engraçado!, ria!!
O céu tem estrelas sempre, até quando é dia. É pela depressividade que prefiro continuar. É por ela que chove, que têm nuvens e que o mundo não é rosa.
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