Par
Fiz por onde
Era cedo, ninguém ouvia, algo seco
Me atingiu
A cabeça, eu ouvi deveria ser
Boa e carreguei por todo tempo
As três
Pari
Caíram
Amamentei
Levantei
O reprodutor tava ali não sei se
Era o meu ou o
Que me escolheu
Nasci assim
Me coube a mim ou tentar ser
Ou saber que poderia ser, ainda que quando soube, já não
podia
Não era madeira, era resistente
Consistente
Me afundou a mente e à tríade divina, sangrei.
Morri porque
Creram por mim que assim deveria ser,
Devia ter aprendido que nasci pra
Satisfazer
Me impediram
Ser o que deveria, se é que deveria
Algo além
Objetificada
Não sabia que não podia,
Morri até que passei a ser.
Vivo por mim, porque a vida é
Minha por direito, que escolhi
Direito que dei aos meus
Que hoje são
Até quando nasci
Era seco e doeu
O dia em que me bateram com a
Verdade que
Escolhi enxergar, porque justo não
Era que eu não vivesse não era que
Sofresse sem saber o que era o não-isso
Foi quando arrancaram suas pálpebras
Puseram a
Ver
A mim, como sou, não como deveria
Para que eu tivesse desejos e
Não os escondesse
Fizesse o sexo, não que eu fosse
Frágil foi minha cabeça que se par
tiu
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