sempre tive medo da poesia
as palavras me rondavam, tão tímidas quanto a mim
era aquela época absconsa por sabatinas
que falavam em salvação e vida eterna
ó, pai, que tens que não tenho?
esses dias desgracentos me roubaram de mim
essas noites rubras e frias seduzem mas não são
por que, muros de concreto, me desfiz daquelas
cercas transponíveis?
cercas que ajudava papai levantar à birra
ai, calejava aquelas mãos frescas no vaivém da cavadeira
nunca perguntei, pai, mas entre o nelore e o cruzado qual é mesmo a diferença?
li que ela está na alimentação,
pois um grupo come mais, outro come menos
me lembrou esse mar de concretude terra arrendada
comunga quem traja bonito, é bom sujeito
se não é já peca no ato de empáfia

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