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Mostrando postagens de julho, 2020

na bosta

depois de arreiado, decidiu : precisava mijar e, chegando até o banheiro, percebeu que a boca do vaso, que recebe sem fome nenhuma aquilo que é expelido tendo sido antes cada cor saboreada, centímetro por centímetro, até o metro da língua pra depois de passar num acúmulo envolvente de vermelho escuro e quente, virar marron, estava maior e mais larga. depois de mentalizar o nada, que sempre se parecia com um quadro branco de escrever com pincel e se concentrar no contínuo barulho da água caindo da torneira pouco aberta, enfim relaxou o esfíncter e conseguiu liberar um jato forte de mijo que não durou mais que dois segundos e deu lugar àquela urina apertada e quase cremosa de tão difícil de sair. depois de observar bem como a água escorria pelas beiradas do vaso de modo tão involuntariamente mecânico, desequilibrou-se e caiu desceu foss'adentro, quando se lembrou, enfim, que, se tivesse como qualquer outro, poderia inclusive ser adubo para virar nova comida porque a gente até come ma

Lílian Anis, do 209 - 28 anos

Mais bonita que ela, só a capa do livro que  ela  lia. Todo dia no mesmo banco, fugindo do sol e, justo hoje, me passou os olhos, quando eu nem por mim respondia.   Como sempre busquei por respostas, não tê-las me incomoda. Irrita como o cartão verde-limão que não sei de qual banco é. Ou se é de crédito . N em mesmo se  verde  é a cor, porque o nível baixo não avançado de daltonismo me confunde  pra amarelo  e me impacienta, que me impede de ser quando se trata se cores.  Mas apascenta pensar em todas essas possíveis realizações quando percebo que desfoco o olhar no objeto. Dessa forma, m esmo sem conhecê-la, eu me sentia ignorada.  Vejam: ignorada e não inotada, do verbo  “não-notar”.  Tantos sinais eu dava e ela simplesmente  fazia que  não via  meus olhos nela. Afinal, a gente sabe que o olho do Outro, em nós, pesa o peso nos ombros . Não sabia o seu nome, sua idade ... P rovavelmente  trabalhava... n essa vida sempre vamos atrás de mais dinheiro pra gastar com o que não precisamos,

Carta para a única coisa que todos nós faremos

Morrer Um verbo imperativo em qualquer tempo Morrer Ontem a confusão da vida Todos os dias com a mão no pote de vidro Revelando sentimentos sortidos Hoje o susto Amanhã saudade É por isso que quando alguém morre Se esquecem as ruindades Ninguém quer aceitar que a vida tenha sido tão difícil, inconstante Reservamos à memória as vezes em que os dedos bateram na felicidade E levamos dali adiante até o dia do verbo imperializar também em nós Ontem ele Hoje eu Amanhã você Fiquemos com ela então Como a caixa tarja preta Sem falhar um dia se quer A saudade nos acompanhe Até o dia em que o nosso dia vier

01/03/17

talvez fosse pela mania feia de não gostar de escrever com caneta de tinta quase no fim e pela quase obsessão em usá-la até não sobrar nem nada que manchasse o pano de boca respingado daquele molho que nem mesma eu como e chave não falta até acreditar no não dito diretamente a mim e me amar com certeza antibiótica porque tenho dor de garganta mesmo pelos ansiolíticos que te negam eis-me depois de me ter contado todo o amor que me tens aos pedaços bem como te sirva até pelo avesso (xis)

Quando só

Intentava reter o sangue que escorria enrolou papel higiênico na mão e correu pra atender o telefone Não conheço Fabiano voltou a desencravar pêlos 24 de abril de 2016 - Isabella Lima