Carta para a única coisa que todos nós faremos
Morrer
Um verbo imperativo em qualquer tempo
Morrer
Ontem a confusão da vida
Todos os dias com a mão no pote de vidro
Revelando sentimentos sortidos
Hoje o susto
Amanhã saudade
É por isso que quando alguém morre
Se esquecem as ruindades
Ninguém quer aceitar que a vida tenha sido tão difícil, inconstante
Reservamos à memória as vezes em que os dedos bateram na felicidade
E levamos dali adiante até o dia do verbo imperializar também em nós
Ontem ele
Hoje eu
Amanhã você
Fiquemos com ela então
Como a caixa tarja preta
Sem falhar um dia se quer
A saudade nos acompanhe
Até o dia em que o nosso dia vier
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